12 de julho de 2001
Senhor Presidente:
Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência a fim de enviar-lhe os
comentários preliminares da Delegação do Suriname nas discussões sobre a Carta
Democrática Interamericana proposta.
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência os protestos
da minha mais alta consideração.
Henry L. Mac-Donald
Representante Permanente Interino
A Sua Excelência o Senhor
Embaixador Hernán R. Castro H.
Representante da Costa Rica
Presidente do Conselho Permanente
Organização dos Estados Americanos
17th Street and Constitution Ave., N.W.
Washington, D.C.
COMENTÁRIOS PRELIMINARES DA DELEGAÇÃO DO SURINAME
SOBRE A CARTA DEMOCRÁTICA INTERAMERICANA
O Suriname felicita a Organização dos Estados Americanos e o Governo
do Peru, em particular, pela preparação da Carta Democrática Interamericana. Acolhemos
com satisfação esta magnífica iniciativa como um avanço útil e importante na
proteção e consolidação da democracia no Hemisfério.
Hoje o nosso Hemisfério é abençoado por regimes democráticos
difundidos e talvez seja a região mais democrática do mundo. Entretanto, concordamos em
que ainda resta muito a fazer a este respeito. Atualmente a democracia não pode mais ser
considerada uma certeza absoluta. Está em risco contínuo e precisa ser fortalecida e
aperfeiçoada para que os nossos Estados possam atender às necessidades do povo
americano.
Tanto na Declaração de Política como no Plano de Ação da Terceira
Cúpula das Américas, realizada na Cidade de Quebec, os nossos líderes reafirmam o seu
compromisso de consolidar e fortalecer a democracia em nosso Hemisfério. E fizeram isso
abordando, de forma efetiva e específica, os desafios atuais e reafirmando o seu apoio ao
órgão político e judicial da Organização. De fato, eles propõem em termos
inequívocos o estabelecimento de uma Carta Democrática Interamericana.
Este documento deve proporcionar uma segurança judicial e política
básica e indiscutível que seja, em primeiro lugar, eficaz e suficientemente flexível
para responder de forma efetiva quando a democracia estiver em perigo num de nossos
Estados membros.
É importante notar que as novas ferramentas de ação devem ser
coerentes com os padrões democráticas utilizados, a saber, padrões democráticos e de
direitos humanos consagrados na Carta da OEA, diversos instrumentos interamericanos de
direitos humanos e os princípios, normas, critérios e diretrizes dos diversos órgãos
da Organização.
No tocante à consideração do referido documento, precisamos, em
primeiro lugar, decidir a natureza judicial e política deste documento. Com outras
palavras, temos de decidir se criaremos um documento judicial forte e efetivo
("Carta"/Convenção) ou um documento meramente político sob a forma de uma
(resolução/declaração).
Para minha delegação, é evidente que a tarefa a nós conferida por
nossos Chefes na Cúpula de Quebec é estabelecer uma Carta Democrática com sólida
potência judicial e política.