Comunicado de Imprensa
Imprensa da CIDH
Washington, DC—Em 28 de fevereiro de 2025, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) adotou a Resolução 21/2025, por meio da qual concedeu medidas cautelares em favor de Carlos Marcelino Chancellor Ferrer, após considerar que ele se encontra em uma situação de gravidade e urgência, uma vez que seus direitos à vida, integridade pessoal e saúde enfrentam risco de dano irreparável na Venezuela.
Segundo a solicitação, o beneficiário, de 65 anos, é um político de oposição e ex-prefeito do município de Sifontes, no estado de Bolívar. Ele estaria detido desde 6 de agosto de 2024, no contexto pós-eleitoral na Venezuela, e até o momento não teria acesso a atendimento médico, apesar de apresentar diversas patologias crônicas.
Após analisar as alegações de fato e de direito apresentadas pela parte solicitante, a CIDH observou que as circunstâncias da detenção do beneficiário podem expô-lo a riscos à saúde, à vida e à integridade pessoal. A Comissão também considerou sua condição de pessoa idosa, seu estado de saúde debilitado e sua privação de liberdade no atual contexto do país. Além disso, o defensor público designado pelo Estado não estaria fornecendo informações suficientes sobre o beneficiário, o que impediria seus familiares de iniciar as ações cabíveis para sua defesa e proteção. Por sua vez, o Estado não apresentou informações à CIDH.
Diante dessas circunstâncias, a Comissão considerou que Carlos Marcelino Chancellor Ferrer se encontra em uma situação de gravidade e urgência. Assim, com base no artigo 25 do Regulamento, a CIDH solicita à Venezuela que:
A concessão da presente medida cautelar e sua adoção pelo Estado da Venezuela não constituem um prejulgamento sobre uma possível petição que venha a ser apresentada ao Sistema Interamericano quanto a eventuais violações de direitos protegidos pelos instrumentos aplicáveis.
A CIDH é um órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), cujo mandato deriva da Carta da OEA e da Convenção Americana de Direitos Humanos. A Comissão Interamericana está mandatada para promover a observância dos direitos humanos na região e atuar como órgão consultivo da OEA sobre o assunto. A CIDH é composta por sete membros independentes, eleitos pela Assembleia Geral da OEA em caráter pessoal, e não representam seus países de origem ou residência.
No. 047/25
5:30 PM