Comunicado de Imprensa
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Imprensa da CIDH
Washington, DC—A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) adotou em 1 de maio de 2025 a Resolução de Acompanhamento, Ampliação e Suspensão Parcial 37/2025 relativa aos integrantes do Comitê Municipal de Defesa dos Bens Comuns e Públicos de Tocoa e do Escritório de Advocacia Justiça para os Povos em Honduras (MC-137-23). Após acompanhar a implementação das referidas medidas cautelares, a CIDH decidiu ampliá-las em favor de 13 pessoas ao avaliar que a situação de risco continua, visto que seguem sendo alvo de ameaças, vigilância, monitoramento, intimidação e violência no âmbito do seu trabalho em defesa do meio ambiente. Nesse sentido, o risco identificado nas medidas cautelares se materializou com o assassinato de Juan López em setembro de 2024.
As 13 pessoas beneficiárias da ampliação das medidas cautelares são defensoras e/ou integrantes do Comitê e familiares de Juan López, e enfrentam um grave risco na busca por justiça após seu assassinato e pela sua defesa do meio ambiente no Bajo Aguán.
A Comissão observou que a maioria dos fatos ocorridos nos últimos anos, como violência, ameaças e inclusive assassinatos de pessoas defensoras de direitos humanos permanecem impunes. Nesse sentido, alertou para o atraso na implementação da integralidade das medidas de proteção estabelecidas pelo Mecanismo Nacional de Proteção, que verificou o alto risco para as pessoas beneficiárias. Finalmente, condenou o homicídio de Juan López, decidiu suspender as medidas cautelares ao seu respeito e chamou o Estado a investigar os fatos de modo diligente e célere.
A CIDH valoriza as ações estatais para garantir o funcionamento da sua institucionalidade interna em matéria de proteção de pessoas defensoras, bem como o avanço nas investigações sobre o assassinato de Juan López. Reconhece as ações adotadas para assegurar espaços de diálogo com as pessoas beneficiárias e a implementação de algumas medidas de proteção em seu favor. No entanto, considera que o Estado deve reforçar o cumprimento das medidas de proteção, garantir que as investigações avancem e as responsabilidades sejam estabelecidas.
Assim, a Comissão decidiu:
A CIDH é um órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), cujo mandato deriva da Carta da OEA e da Convenção Americana de Direitos Humanos. A Comissão Interamericana está mandatada para promover a observância dos direitos humanos na região e atuar como órgão consultivo da OEA sobre o assunto. A CIDH é composta por sete membros independentes, eleitos pela Assembleia Geral da OEA em caráter pessoal, e não representam seus países de origem ou residência.
No. 090/25
3:30 PM